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A maioria das empresas desconsidera o 1º lugar onde acontece qualquer transformação: Dentro das pessoas.

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changeinsideartigo

por Hugo Nisembaum & Miguel Nisembaum

É indiscutível que estamos vivendo uma era de transformação contínua e muitas empresas tem clareza da necessidade das mudanças.

Um estudo feito pela consultoria BCG indica que apenas 24% das empresas que iniciaram um processo de transformação, conseguiram superar competidores em suas indústrias em curto e longo prazo.

Outro estudo feito pela Mckinsey – Small Moves, Big Transformation, revela a quantidade de iniciativas de transformação canceladas, até 61%.

O mesmo estudo aponta também que o valor entregue (o impacto da transformação esperada) é de apenas 31% da expectativa inicial.

Normalmente as iniciativas começam pela revisão de processos, estruturas, implantação de metodologias de trabalho e gestão de projetos.

A maioria das empresas desconsidera o 1º lugar onde acontece qualquer transformação: Dentro das pessoas. Afinal, transformar um negócio implica também em transformar as pessoas.

Transformar as pessoas não é convertê-las em robôs que trabalham incessantemente e ainda exigir produtividade e inovação.

Ao mesmo tempo que podemos ser os principais agentes de mudança, também somos a principal fonte de resistência.

Essa resistência se manifesta cognitivamente através de um mindset fixo, suposições arraigadas, vieses cognitivos, e pontos cegos.

Já emocionalmente, o medo e insegurança sabotam a proposição, adoção e implantação de mudanças.

Existem alguns elementos que precisam ser considerados se quisermos que as pessoas sejam parte ativa da transformação.

  • Autoconhecimento,

Que as pessoas conheçam e desenvolvam seus pontos fortes.

Que alinhem seus interesses, paixões e talentos com os desafios existentes.

Que definam claramente como querem e podem contribuir.

Que ampliem a percepção que tem de si e do que acontece ao seu redor.

  • Gestão de energia:

A energia é um recurso renovável, o tempo não.

Gestão de energia nada mais é do que considerar a importância de respeitar nossos ritmos biológicos (circadianos, ritmos diários e ultradianos, ritmos de 90 minutos) para sermos mais produtivos e criativos.  Isso precisa ser considerado individualmente e a nível organizacional, nos processos e estrutura de trabalho.

É prudente se quero fazer uma transformação efetiva considerar momentos de concentração, descanso e renovação de energia.

  • Construir um ambiente de segurança psicológica:

É fundamental criar um ambiente de segurança psicológica onde as pessoas tenham autonomia, e espaço para manifestar o que tem de melhor.

O líder tem um papel fundamental nisso e de acordo com o modelo de liderança positiva, proposto por Kim Cameron, quatro aspectos são fundamentais:

A – Estabelecer um diálogo contínuo através de Comunicação positiva

B- Ajudar seus colaboradores a encontrarem significado naquilo que fazem.

C- Ajudar a criar estruturas e ambientes que sejam positivos.

D- Estimular relacionamentos positivos e mais colaboração entre colegas e áreas.

Nos projetos de teambuilding e transformação que participamos proporcionar um momento de reflexão e mudança individual contribuiu muito para excelentes resultados de negócio com impacto em produtividade, aumento de vendas, e inovação.

E há muita ciência aplicada dentro de um trabalho como esse.

Psicologia Positiva – Na mensuração de bem-estar, na identificação e desenvolvimento dos pontos fortes, na criação de uma cultura e ambiente que proporcione emoções positivas.

Cronobiologia – Na criação de rituais individuais e de processos que permitam que aproveitemos melhor nossas energias.

Design Thinking e Appreciative Inquiry – No momento de compor e construir as novas estruturas e propostas de mudança dando voz às pessoas e equipes.

Mindfulness – Ajudando as pessoas a terem uma percepção melhor de quem são e do ambiente, melhorando seu processo de tomada de decisão.

Ao incorporar uma abordagem que seja humana nos processos de transformação, estamos criando condições para as pessoas e equipes para que enfrentem melhor o mundo VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo) em que vivemos.