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A maioria dos líderes não tem consciência de quem são!

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por Miguel Nisembaum

Segundo investigação feita pela Psicóloga Organizacional Tascha Eurich apenas 10-15% dos líderes são autoconscientes, ou seja, tem uma percepção acurada de quem são e do impacto disso na vida dos outros e nos resultados do trabalho.

O lado reverso é que 95% dos entrevistados acham que são autoconscientes, ou seja, tem a ilusão de que sabem quem são.

Existem dois tipos de conhecimento que contribuem para autoconsciência:

  • Auto-observação, que o individuo se veja com clareza, quais os seus valores, o que aspira ser e fazer.
  • Ter consciência de como os outros nos veem, este muitas vezes é negligenciado, o processo de entender a percepção dos outros sobre nós e o impacto de nossas ações sobre eles.

Segundo Eurich quem consegue ter o equilíbrio entre esses dois tipos de conhecimento tem maior probabilidade de ser bem-sucedido tanto em aspectos pessoais como no trabalho.

Um dos mitos que o estudo tenta derrubar é que só uma analise individual profunda pode levar a esse conhecimento de nós mesmos. Eurich argumenta que tão importante quanto a profundidade é ampliar nossa visão de mundo.

Um mergulho profundo sem ampliar perspectivas, vem com conclusões relevantes sim, mas não traz soluções ou aprendizado para lidar com nossas ansiedades e frustrações, nem como aplicar o que temos de melhor em nossa vida pessoal e trabalho.

Uma informação surpreendente é que quanto maior o poder, senioridade e o cargo do entrevistado maior a probabilidade de ele não ter autoconsciência.

Isso talvez se reflita na pouca sensibilidade diante da opinião pública de muitos líderes.

Portanto não é besteira dizer que organizações que de fato tem maior consciência do impacto que tem em seus consumidores e sociedade tem líderes autoconscientes.

Ed Catmul, CEO da Disney Pixar é uma das exceções que Eurich cita em seu livro como alguém que conseguiu instaurar uma cultura de colaboração e confiança, dando muita importância a dois elementos: humildade e dialogo.

Psicologia positiva e mindfulness podem ser ferramentas poderosas para esse processo de autoconsciência.

A 1ª por trabalhar aspectos como propósito, significado, conhecimento e desenvolvimento dos pontos fortes (meus e da equipe) e a 2ª por ajudar a ampliar a percepção que tenho do meu momento presente tanto para aspectos internos (emoções e pensamentos) como para aspectos externos (atenção plena aos outros, ao ambiente e ao contexto).

Ampliar a percepção de si mesmo e do mundo ao seu redor é uma jornada longa e por vezes dura, mas que pode contribuir em ótimos resultados em todos os âmbitos.