por Miguel Nisembaum
Estar de corpo presente, desengajado ou até agindo de forma ativamente tóxica em uma organização, tem um impacto enorme individualmente, nas equipes e na organização como um todo. É contagioso e pode ser uma epidemia séria.
O fato é que isto já pode ser considerado uma epidemia global, 63% dos trabalhadores estão desengajados resultado de pesquisa feita pela Gallup.
De acordo com Dee Edington autora do livro " Zero Trends: Saúde como uma estratégia econômica séria", o custo de tratar colaboradores doentes excede e muito o custo de ajudar os colaboradores a se manterem saudáveis numa proporção de 19 para 1.
O presenteísmo, ou seja, comparecer a empresa somente de corpo presente tem impacto na produtividade 3 vezes mais que o custo com tratamento de doenças.
Numa empresa de 600 colaboradores o custo do presenteísmo pode ser de 2 milhões de dólares ano.
Alguns fatores que contribuem para esta situação:
Desconexão entre propósito e conduta dos líderes e colaboradores.
Falta de significado no trabalho.
Falta de garra.
Alocação e composição inadequada da equipe.
Um ambiente de desconfiança e pressão por resultados cada vez maiores.
Mal aproveitamento do tempo e energia das pessoas.
Fatores externos (falta de preparo, recursos, infraestrutura, etc.)
A pesquisa Principal Financial Well-being Index trouxe boas notícias.
Quando perguntados qual seria o resultado de participar de programas de bem-estar oferecidos pelas empresas as respostas foram muito positivas.
Seguem algumas das respostas:
40% dos colaboradores entrevistados trabalhariam mais engajados buscariam melhorar sua performance.
26% dos colaboradores reduziriam suas faltas.
A mudança desse cenário deve ser um processo compartilhado entre as empresas e os colaboradores.
O que as empresas podem fazer:
Encarar a liderança como o processo de um grupo, liderança distribuída e complementar.
Visão e valores compartilhados.
Proporcionar e estimular um ambiente transparente e de confiança.
Incorporar medidas de bem-estar como indicadores de negócio.
O que cada um de nós pode fazer:
Buscar atividades que permitam manifestar seus pontos fortes.
Atuar em mercados que tratem de temas que te atraem ou interessam.
Alinhar seus propósitos com os propósitos da organização caso seja possível.
Estabelecer momentos de descanso e renovação de energia.
Incorporar hobbys ou atividades contribuam para atender interesses que o dia a dia do trabalho não preenche.
Incorporar atividade física em sua rotina semanal.
E para quem acha que a mudança sempre é um processo lento e penoso recomendo este artigo publicado esta semana no El País - Bastam 66 dias para mudar um hábito