Parece que tinha que ser no centro geodésico da América Latina. O COMAGEP, Congresso de Gestão de Pessoas que teve lugar em Cuiabá em 20 e 21/11/08, deixou clara a necessidade de uma mudança de paradigmas nas empresas e na gestão de pessoas, convergentes com o momento de reformulação de relações entre os paises desenvolvidos, os emergentes e em desenvolvimento.
O conceito de sustentabilidade deixa de ser um termo da moda, e passa a ter real relevância para a re-construção de um mundo que está revendo valores, formas de atuar, de colaborar.
Houve convergência e complementaridade em muitos dos temas abordados.
Nelson Savioli, superintendente executivo da Fundação Roberto Marinho, falou sobre a importância de se trabalhar numa empresa que tenha valores nos quais se acredita. “Mesmo entre empresas é preciso fazer escolhas. Ao selecionar seus parceiros, é necessário avaliar se estamos lidando com alguém que trabalha dentro de padrões éticos. Essa é uma maneira de colaborar para mudar o perfil dos negócios”, disse o palestrante.
Já Rubem Alves fez uma palestra que reforçou a importância da criatividade e da liberdade de expressão para fortalecer pessoas e empresas. Ele acredita que o primeiro passo é mudar o tipo de pensamento existente nas organizações. “A coisa mais importante para que as mudanças ocorram é sonhar sonhos diferentes. O perigo de todas as instituições e empresas é que elas tendem a criar um mundo que prende os funcionários a um tipo de pensamento. É preciso mudar isso, mesmo que lá na frente se descubra que o novo não era o mais apropriado”, reflete Rubem.
Eduardo Carmelo consultor da Entheusiamos apresentou as tendências de mudança de paradigma de uma empresa falando do perfil da empresa e indíviduo resiliente como gerador de transformação e valor para alcançar seu propósito.
O consultor apresentou também pesquisa realizada pela Price Waterhouse Coopers sobre mudanças de perfil de empresa saindo de um modelo robusto individualista para um modelo onde a dimensão da sustentabilidade seja ambiental ou social se tornam impulsionadores chave do negócio. Os clientes e colaboradores começam a buscar real valor na atividade que exercem ou nos produtos e serviços que consomem.
O conceito de empresa positiva apresentado por Hugo Nisembaum em sua palestra foi mais um exemplo dessa mudança de paradigma.
“São empresas se caracterizam por colaboração, apreciação, virtudes, significado, responsabilidade social.Criar abundância e bem estar para o ser humano são seus principais indicadores. Enfatizam aspectos de excelência, transcendência, desempenho extraordinário e uma espiral positiva de desenvolvimento.
Para as empresas, o que tem prevalecido é o que chamamos Modelo do Déficit, cujo principal foco é a identificação e correção de problemas. Este ênfase se traduz em observar como aspectos ou fenômenos negativos ou neutros afetam um conjunto estreito de resultados desejáveis.
Acontece que muitas vezes investimos tanta energia em consertar um ponto fraco, e sem considerar o real impacto que ele tem, que poderemos passar de um estado ruim ao médio, e médio é medíocre, não nos permite destaque. Não é suficiente.
Mesmo chegando a um estado de ausência de doença, ainda não é saúde.
Saúde é muito mais do que ausência de doença.” – Comenta Hugo Nisembaum
Mesmo chegando a um estado de ausência de doença, ainda não é saúde.
Saúde é muito mais do que ausência de doença.” – Comenta Hugo Nisembaum
Esta abordagem é plenamente convergente com a visão apresentada pelo escritor austríaco Fritjof Capra, um dos principais nomes do pensamento ecológico mundial, destacou a necessidade dos brasileiros tomarem à frente nesse movimento de transformação. “A consciência ecológica cresceu, mas é preciso que as ações para colocá-la em prática também aumentem.
Este é um momento de ruptura nas idéia. Resta ver se ele se transformará numa grande virada ou numa crise”, disse Capra. Para o escritor, as empresas podem estimular a adoção de uma política ecológica a partir da criação de um espaço de discussão.
“Nestes dois dias, nós tivemos uma oportunidade valiosa de discutir e pensar sobre o que queremos para o nosso futuro nas empresas e no planeta e como podemos promover essas mudanças”, avaliou Marluce Dezorzi, presidente da ABRH-MT, Associação Brasileira de Recursos Humanos em Mato Grosso, e organizadora do evento, que reuniu 1,2 mil pessoas de várias partes do país.
Hugo Nisembaum com Fritjof Capra no encerramento do COMAGEP |
Painel de Discussão após palestra sobre gestão de talentos. |
Hugo Nisembaum no estande de nosso parceiro SR |
Hugo Nisembaum dando devolutiva do Mapa de Talentos a uma participante do evento. |
Participante recebendo a devolutiva de seu Mapa de Talentos. |